Saturday, July 29, 2006

Belgais



Coincidência ou não escrevi sobre Belgais há pouco tempo aqui. E vai que surge outra polémica na área cultural em Portugal. Uns dizem isto, outros tentam esclarecer e dizem isto. Mais uma vez acredito que no meio está a virtude. De qualquer forma, leiam as opiniões de dois leitores do Público. Isto de poder comentar online as notícias dos nossos jornais é engraçado!

Thursday, July 27, 2006

Rivoli

E-mails, um abaixo-assinado e um comunicado da câmara do Porto despertaram curiosidade para o tema. Eis que uma fatia da sociedade se manifesta contra a concessão de exploração do Rivoli a entidades privadas. Alguns, sempre atentos, alertaram para a importância de ouvir o outro lado da questão. E o outro lado diz que o valor no último mandato anterior para a gestão do Rivoli foi de cerca de 11 milhões. Segue-se a comparação com outras áreas consideradas prioritárias para o actual executivo: apenas metade deste valor para a reabilitação das escolas básicas (5,5 milhões de euros), um pouco mais do que isso foi dedicado à acção social, que inclui o projecto Porto Feliz entre muitos outros (7,3 milhões de euros), o Gabinete do Desporto recebeu cerca de 6,7 milhões de euros e o total das Juntas de Freguesias recebeu cerca de 13 milhões de euros, tanto como o Rivoli e o Teatro do Campo Alegre juntos. Estou com duas dúvidas.

1) Por favor algum economista esclareça – 11 milhões para o Rivoli mas que representaram apenas 2.5 milhões de custos líquidos para a autarquia? De qualquer forma, há que explicar radicalismos. Passar de 11 milhões para 0 (ou mesmo para algum lucro, a câmara exige 5% da bilheteira). Gostava de ver uma descrição detalhada do orçamento estimado por áreas prioritárias para o actual mandato, tal como o apresentado para o mandato anterior. Para onde irão esses tais 11 milhões, se os houver? E falando no Porto Feliz, vale a pena relembrar a recente polémica no parlamento relacionada com auditoria financeira do projecto e com os seus resultados.

2) A câmara pretende entregar a exploração do Rivoli a uma companhia de teatro. Engano-me ou as companhias de teatro em Portugal enfrentam problemas financeiros suficientes e mais do que subtilmente exploradas deveriam ser claramente apoiadas? Só mais uma coisa: os 300 dias de espectáculos por ano que a câmara pretende exigir à tal companhia, estarão eles vinculados a condições semelhantes às dos subsídios?

Monday, July 24, 2006











disseram-lhe que era tempo de dar

domingo às mãos. grafou no punho

o último anzol,

encolheu-se entre as algas estendidas,

mapas enxutos de sal,

o seu corpo rolava com os seixos


nada divide os filhos da água.


Renata Correia Botelho

um dos poemas da autora publicados no n.º 2 da revista literária TELHADOS DE VIDRO, à venda em boas livrarias e na Fnac.

Sunday, July 23, 2006

ana teresa pereira



Há cinco anos atrás ganhei uma amiga açoreana, que conheci nas disputas por um estágio no IPO do Porto. Uma reunião na faculdade. Eu e ela ficámos até ao fim, não arredámos pé, enquanto víamos os outros perder a paciência e decidir por um outro estágio qualquer. Olhámos uma para a outra como quem diz "quero mesmo isto, porra, não me lixes!". Abriram duas vagas e ficámos as duas. Foi um ano em cheio, é bom trabalhar com quem se gosta, descobrir alguém. Tens de ler Ana Teresa Pereira. Comprei um livro (a coisa que sou) e deliciei-me com a forma onírica e feminina como essa autora madeirense "desenhava" cruzamentos na vida das personagens. Aqueles que acontecem raramente, com os quais se sonha sempre. Ficámos unidas, eu a Renata e a Ana Teresa Pereira, por mais um elo, também ele feminino: Iris Murdoch, da qual Londres me aproximou. Mas voltando à base e sem me expandir muito mais. Ana Teresa Pereira escreve no Público, de vez em quando. Ainda não li mas o último foi prémio P.E.N. Clube Português de Ficção em 2004 - se nos encontrarmos de novo (capítulo 1 e 2, português, english). Saudades Renata.

Saturday, July 22, 2006

Thursday, July 20, 2006

Gulbenkian 50 anos



Quem dos três foi bolseiro da Gulbenkian?

Wednesday, July 19, 2006

velhinha

Às vezes, muitas, lembro-me de ti.

“Se essa velhinha fosse a mãe que eu quero, a mãe que eu tinha…”

Festival Monsaraz Museu Aberto

Falando de passado, presente e futuro, o festival bienal de Monsaraz vale pelos três. Foi numa edição passada do festival que descobri o sítio, ouvi concertos de olhar o céu e pensar que tudo é um momento, perdi a timidez e ouvi uma caneta percorrer o cd mais precioso para mim (já sabem, Astrakan Cafe), perguntar o meu nome e escrever algo que até hoje não sei o quê. Vi uma vila (ou aldeia, ou cidade, ou terriola) transformar-se em adro dançante com saltos de infância de Rui Horta. Vi que a criatividade surge no meio do nada ou muito pouco, emerge de um grupo se conhece e constroi em plano um anfiteatro em água, num vale alentejano. Voltei em Janeiro deste ano e segui o rasto das janeiras, Vitorino, Janita e descobri um grupo de amigos no Redondo (em Redondo). Um grupo que toca jazz e conta com um velhinho que se apaixonou por mim (disse ele).

Vale a pena ver a abertura deste festival no sítio, porque Monsaraz se tem transformado e se transforma cada vez mais em museu aberto. 22 a 30 de Julho. Um museu lindo que espero continue no futuro.

Tuesday, July 18, 2006

now seriously on Israel

THE private conversation between Bush and Blair overheard at the G8 summit.

Monday, July 17, 2006

que diz joana?



Que é bonita, é. O discurso, sinceramente não me convence.

Living with the eyes on the future

What does this mean to you?

Friday, July 07, 2006

Poison


Regent's Park 7 de Julho de 2006 - ela acrescenta uma flor às muitas para envolver as amarelas colocadas ao fim do dia no meio por familiares e amigos das vítimas

Hoje fiz parte do mesmo caminho de autocarro que há um ano atrás. Mas desta vez não vim de Liverpool Street, meia hora depois da bomba estourar entre essa estação e Aldgate East, mas sim de Russel Square, onde estourou um autocarro inteiro. Passou um ano e sou contra a ideia que nada mudou. Mudou naquele mesmo dia. As coisas mudam quando nos tocam e nos acordam. Quando são desmarcados pequenos almoços à última hora que se tivessem acontecido tudo seria diferente. Quando somos uma multidão de gente que ao fim do dia atravessa Hyde Park a pé rumo a casa, silenciosa mas determinada. Quando nos apercebemos que não vale a pena fugir, evitar, martirizar porque tudo pode acontecer, em qualquer parte do mundo e que uma
mulher que saiu de Israel com medo de morrer, veio para Londres viver e morrer num atentado. Revolta-me, como revolta a todos o terrorismo. Lembro-me de ouvir com o Pedro o Tom Waits arrancar um I like my town with a little drop of poison e de dizermos que sim. As coisas mudam quando nos tocam e nos acordam.

Thursday, July 06, 2006

Sad

This was part of an email campaigned by England fans urging people to vote for Ecuador's Luis Valencia for the best young player award of the world cup. Ronaldo went from 210,290 to 241,775 votes (25% of all votes), but Valencia soared from 195,377 to 331,087 (34%). Still Ronaldo is part of the six players shortlisted - the winner of the award will be announced on Friday, choosen by a 14-man panel. Have a look at it. Sad.

There is a very real danger that Cristiano Ronaldo will be voted the fans' best young player at the World Cup despite his pouting, diving, pretty boy antics - designed mainly to get himself a lucrative transfer to Real Madrid. He is currently first in the Fifa voting, ahead of Luis Valencia of Ecuador. Do the decent thing by voting for Valencia. It doesn't matter who you support or if you haven't seen them play, just stop Ronaldo. Send this on to any caring conscientious true football lover

Wednesday, July 05, 2006

limits?

Saturday, July 01, 2006

versão 2

Tendo sido publicado no “site” do Sindicato Nacional do Psicólogos sob o titulo “Funcionários de IPSS são obrigados a pagar para trabalhar, dinheiro da Segurança Social é desviado para IPSS, vem o Centro Comunitário de Esmoriz, no uso do direito de resposta que lhe assiste, dizer o seguinte:

- É completamente falso e descabido de qualquer realidade as graves insinuações proferidas pela autora do artigo, atentórias do bom nome da Instituição e da dignidade dos seu Directores;

- Tais afirmações, dada a sua gravidade, terão de ser avaliadas no lugar próprio, cujo procedimento criminal tem obrigatoriamente que ser instaurado;

- Naturalmente, a autora do artigo vai ter que provar quais “…. os dinheiros da Segurança Social que vão para os bolsos de meia dúzia de directores “;

- Nunca o Centro Comunitário de Esmoriz exigiu aos seus colaboradores qualquer donativo como pré-requisito para ser admitido, aliás é a própria autora do artigo que o admite dado não ter efectuado qualquer pagamento para ter sido colaboradora;

- Quanto às razões que levaram a autora do artigo a deixar de prestar serviço no CCE, abstém-se esta instituição de fazer quaisquer comentários, não utilizando, por critérios de elevação, o mesmo meio da autora, não deixando no entanto de referir que aquele período de trabalho só durou por tolerância excessiva da entidade empregadora;

Esclarece o Centro Comunitário que qualquer donativo entregue à Instituição è sempre bem vindo e bem recebido, tendo o seu destino sempre, repete-se sempre, o respectivo suporte e tratamento contabilístico de acordo com as normas legais vigentes, tal como todos os valores movimentados em todos os projectos e actividades deste Centro.

- A Direcção do Centro Comunitário de Esmoriz não tem conhecimento de ter colaboradores obrigados a trabalhar dependentes do que quer que seja, sabendo sim que todos os seus colaboradores repugnam aquelas afirmações;

- Com este carácter e esta atitude pautada por depuradas mentiras, fez efectivamente prova a autora do artigo que não tinha condições para o exercício das funções que lhe estavam confiadas, quer pelo grau de exigência dos projectos quer pelo dinamismo que este Centro Comunitário exige a todos os seus colaboradores, aliás correspondido por todos eles que sentem e vivem esta Instituição e que têm ao longo da sua existência dado provas junto da população que servem.

A Direcção do CCE

O presidente da Direcção

António Albertino Santos Ferreira

Respeitosas saudações sociais

Esmoriz, 30 de Junho de 2006

versão 1

Do dia 5 de Dezembro de 2005 até ao dia 28 de Fevereiro de 2006 colaborei, como profissional independente, com o Centro Comunitário de Esmoriz, em Ovar, para o projecto Novos Trilhos no âmbito do PROGRIDE – Medida 1 da Segurança Social.

Na entrevista de selecção falaram-me (presidente da direcção e directora técnica) que teria que dar um donativo à instituição – pré-requisito para ser admitida na instituição. Concordei, com reticências, porque precisava de emprego e visto que a instituição é uma I.P.S.S., isto é, uma instituição com cariz de solidariedade.... Perguntei o valor do donativo e contornaram a questão dizendo que depois se calcularia em função de eu fazer retenção de I.R.S. e/ou descontos para a segurança social.

No meu primeiro dia de trabalho apresentei-me ao serviço dirigindo-me à directora técnica da instituição. Aproveitei a ocasião para perguntar qual o valor do donativo... A directora ficou de colocar a questão em reunião de direcção, para depois me informar do valor definido pela direcção.... foi-me então comunicado que teria que dar um donativo de 200€ por mês à instituição.

Como fiquei chocada com a situação e respondi que esse valor era um valor incomportável com a minha situação pessoal/familiar, tendo a directora técnica dito que faria chegar à direcção a minha posição. Uma semana depois esta comunicou-me que a direcção não tinha alterado o valor e que teria que dar 200€ por mês à instituição.

Apesar de precisar de trabalhar preferi seguir os meus princípios e não colaborar com esta política da instituição de desviar fundos da segurança social, que vem dos nossos impostos para se fazerem projectos de desenvolvimento social, mesmo ficando o meu lugar de trabalho comprometido.

Assim foi, passado 3 meses (Dezembro a Fevereiro), após pressão e represálias, da directora técnica e serviços administrativos, por não dar o donativo, fui despedida sem qualquer espécie de consideração. Em vésperas de Carnaval/dia 28, com ponte no dia 27 e fim-de-semana a 25 e 26, fui informada no dia 24, sexta-feira depois do almoço, pela a directora técnica que a direcção entendeu dispensar os meus serviços. Ao clarificar os motivos a directora técnica admite que foi por não dar o donativo.

As minhas outras 3 colegas de trabalho são obrigadas a dar o donativo, cada uma tem um valor estipulado para dar, bem como outras colegas do projecto Ser Criança e outros projectos/valências também são abrigadas a fazê-lo, em troca de terem um posto de trabalho. Ao fim ao cabo, são dinheiros da Segurança Social que vão para os bolsos de meia dúzia de directores de uma IPSS, sem se saber o seu destino.

Assinado por Ana Margarida Ramos, texto integral aqui.

versões

Trago aqui um assunto delicado, que se prende com direitos/deveres do trabalhador, com psicólogos e com direitos/deveres das instituições. Como quase tudo na vida, há versões diferentes. Infelizmente, neste caso. Pela sua gravidade, se a versão 1 for verdade dá arrepios, se a versão 2 for verdade, dá arrepios. De qualquer das formas, há algo de muito vil na história. Ora atentem.